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Estudo da Metemoglobinemia e Deficiência de Glicose-6-Fosfato-Desidrogenase em pacientes com malária




A glicose-6-fosfato desidrogenase (G-6-PD) desempenha um papel de fundamental importância no metabolismo eritrocitário, tanto na obtenção de energia a partir da glicose, quanto na sua proteção contra agentes oxidantes. Sua deficiência é a mais freqüente das enzimopatias conhecidas e afeta cerca de 400 milhões de pessoas em todo o mundo. A metemoglobinemia, situação caracterizada pela elevação da concentração de metemoglobina no sangue, consiste no ineficaz transporte de oxigênio causado pela oxidação do ferro da hemoglobina. No tratamento da malária vivax utiliza-se a primaquina, droga ativa contra estágios sexuados de todas as espécies de plasmódios e também dos hipnozoitos do P. vivax, tendo como efeitos colaterais anorexia, náuseas, vômitos, dores abdominais e cólicas, que estão relacionados com a dose e sua ação hemolítica é mais acentuada em pessoas com deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase. Com o objetivo de estudar a ocorrência de metemoglobinemia e a deficiência de G-6-PD em pacientes com malária vivax ou infecção mista (F+V) tratados com primaquina, foram selecionados 200 pacientes no ambulatório de malária da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, instituição de ensino, pesquisa e assistência, que é unidade de referência para o diagnóstico e tratamento da malária no município de Manaus. A prevalência da deficiência de G-6-PD avaliada pelo método qualitativo de Brewer (redução da metemoglobina) foi de 3,5% e pelo método quantitativo colorimétrico foi de 5,0%. A metemoglobina foi verificada pela técnica de Naoum sem interferentes químicos ou enzimáticos e a ocorrência deste evento foi de 34,0%, o que sugere que o indivíduo não precisa ser deficiente para desenvolver metemoglobinemia. A prevalência da deficiência enzimática na população de estudo foi significativa, o que pode representar um número absoluto considerável de pacientes deficientes enzimáticos com infecção por P. vivax que estariam expostos aos efeitos hemolíticos da primaquina. A média de idade elevada entre os pacientes deficientes sugere um decréscimo funcional da enzima com a idade. Os resultados do presente estudo também sugerem investigação indispensável de antecedentes de icterícia em pacientes que serão expostos à primaquina e que a ausência de hemoglobinúria praticamente afasta o diagnóstico da deficiência enzimática em pacientes em tratamento com esta droga.




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